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Santana

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História: Distrito Santana

Santana nasceu, como outros bairros, de núcleos de catequese que os jesuítas vinham instalando de forma sistemática por todo o planalto Paulista. É o mais antigo núcleo de povoamento da zona norte da capital, e começou como um bairro semi-rural, com poucos moradores. A Fazenda de Santana foi uma doação que os jesuítas receberam em 1673 dos herdeiros de Inês Monteiro, conhecida como a Matrona. Um dos primeiros moradores da região foi o português Pero Dias, casado com Maria do Grã, uma das filhas do cacique Tibiriçá.

Em fins de século XVII, a Câmara fez construir um grande aterro, de cerca de três quilômetros, iniciando-se nas proximidades do Convento da Luz e terminado no bairro de Santana, para dar acesso à cidade pela várzea inundável do rio Tieitê. A região passou a exigir contínuos cuidados, por causa das boiadas que arruinavam pontes e caminhos, mas que foram decisivas para o progresso da zona de Santana. O aterro é hoje o começo da rua Voluntários da Pátria, entre a Ponte Grande e o Areal.

No ano de 1700 edificou-se a popular Ponte Grande, ou seja, “a ponte do Rio Grande do Guaré” (o Tietê), que foi bem construída. No bairro da Luz, a ponte sobre o ribeirão Guaré era chamada de Ponte Pequena, em oposição à Ponte Grande do Tietê. Muito mais tarde, em 1875, esse ribeirão foi unido ao rio Tamandoateí, passando ambos a desaguar no Tietê ficavam inundadas.

Nessa época, os rios da vizinhança da cidade, inclusive o Tietê, tinham maior volume de água que atualmente. Em 1753, a Câmara proibiu o trânsito de gado pelo aterrado, pela Ponte Grande do Tietê, pela Ponte Pequena no Tamanduateí e pela Várzea do Carmo e respectiva ponte. A ponte Grande veio abaixo em 1773, devido a uma inundação.

Assim, a travessia do rio Tietê passou a ser feita em canoa, até que ela fosse consertada. Esse problema se repetiu em anos posteriores. Em 1866, ele teve solução definitiva com a construção de uma ponte metálica, pelo engenheiro Fox.

Um dos mais importantes fatores que fizeram Santana tornar-se um grande bairro foi a criação, em 1893, do Tramway da Cantareira – o famoso “trem das onze” imortalizado por Adoniran Barbosa. O Cantareira, como era conhecido, não havia sido criado para carregar passageiros, e sim para facilitar o contato com o Reservatório de Água da Serra da Cantareira.

Está em Santa a rua que se tornou referência na zona norte: a Voluntários da Pátria. Nela está o centro de Santana e de lá irradiam ônibus para o centro e outras localidades da cidade. A novela das inundações foi minimizada com a canalização do Tietê. Assim, nos primeiros anos do século XX, o bairro experimentou um lento crescimento, mas somente a partir dos anos 1950 Santana se consolida definitivamente como um bairro residencial de classe média paulistana.

Fonte: 450 Bairros São Paulo 450 Anos
Editora: Senac São Paulo
Autor: Levino Ponciano

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